Alguns pais têm o hábito de comparar o filho com o irmão, com os colegas, e assim por diante, com a intenção de motivar o filho a ser igual ou melhor a aquele que está sendo comparado. Mas o tiro pode sair pela culatra e, sem perceber, podem estar cometendo um equívoco.
De acordo com Renata Valério, psicoterapeuta, cada indivíduo é único, tem uma maneira de ser e de agir no mundo, uma forma de aprender e interagir. Ela reforça que é preciso ter a delicadeza e o cuidado de respeitar o tempo do outro, não invadir o outro.
“A consequência da comparação é que ela pode intimidar ou até mesmo bloquear o filho de produzir algo bom. Pode provocar uma ansiedade ou agressividade impedindo sua capacidade de ser criativo. Consequentemente ele se sentirá inútil para ele mesmo e/ou para os próprios pais. Ele tende a se sentir inferior, diminuído e incapaz. Todo esse cenário pode levar a depressão”, afirma.
Para Dulce Maria, coordenadora pedagógica do Sistema Lamaxi de Ensino, a comparação pode causar rivalidade entre irmãos, afastar o filho e provocar problemas de autoestima.
Na matéria ‘12 atitudes dos pais que prejudicam a construção da autoestima infantil’, publicada no portal IG, a psicanalista Edileide Castro explica que até mais ou menos três anos de idade, a criança tem uma ‘mente absorvente’, faz a leitura dos gestos, das demonstrações de afeto, da diferença, do mau humor.
“Depois disso ela começa a reagir às atitudes dos pais, mas tudo aquilo ficou armazenado”. A consequência de uma baixa autoestima, ela diz, é que “muitos adultos precisam passar por um longo processo de ressignificação de suas experiências infantis devido à influência negativa das atitudes de seus pais”.
Dicas para não cair na armadilha da comparação
- Não compare seu filho com outras crianças;
- Não fique relembrando os erros da criança o tempo todo. É importante conversar para que ela reflita sobre o que fez. Dessa maneira, ela agirá diferente;
- Valorize as pequenas conquistas. Assim ela vai se sentir confiante e perceber que tem o seu apoio;
Não cobre demais do seu filho. O desenvolvimento infantil tem fases que devem ser respeitadas. Se os pais não dão tempo ao tempo e cobram o que os filhos ainda não conseguem fazer, os pequenos sentem-se inseguros.
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